AUTOR
w.Moscolini

De execução semelhante à Estaca Hélice Contínua Monitorada, as estacas Hollow Auger, também conhecidas por Estacas Ômega é uma estaca de deslocamento, isto é, aquela introduzida no terreno por meio de um processo de rotação, de um trado de perfuração, cujos diâmetro e passo da hélice espiral são aumentados progressivamente, de forma a utilizar a mínima energia necessária (torque) para deslocar o terreno, com ausência total de vibração ou distúrbios durante sua execução e sem remoção de solo da escavação
Fonte: https://sites.google.com/site/langeotecniaefundacao/contato/51-estacas-hollow-auger
A diferença entre a estaca Hélice Contínua e a Estaca Ômega é o tipo de equipamento de perfuração do solo. Na estaca hélice as pás perfazem toda a haste, de modo que, com a rotação, a terra deslocada na perfuração é transportada pelos sulcos metálicos até a superfície do terreno. Na estaca ômega as pás do equipamento se concentram apenas na região da ponta da haste. Com a rotação do eixo, o volume de terra é transportado até um nível da haste projetado para compactá-lo contra a parede do furo permitindo o deslocamento lateral do terreno, compactando-o, sem o transporte de solo à superfície, resultando numa melhora do atrito lateral.
A Estaca Òmega foi desenvolvida na Bélgica a partir de 1993, difundindo-se inicialmente para os países vizinhos da Europa, Reino Unido e Austrália. No Brasil foi introduzida pela Fundesp no final de 1996.
A concretagem da Estaca Ômega ocorre juntamente com a retirada do equipamento utilizado para a realização do furo. O concreto é injetado sob pressão de 0,5 a 4,0 kgf/cm² e a armadura pode ser inserida após o bombeamento do concreto. O concreto deve possuir fck = 20 MPa, consumo de cimento ? 400Kg por m³, fator a/c entre 0,53 e 0,56; abatimento de 22 ± 2 cm;
Os diâmetros usuais variam de 27 a 47 cm e as profundidades podem chegar a 28,00 metros, dependendo do tipo de solo, equipamento, torque e diâmetros a serem utilizados.
Entre as vantagens deste tipo de estaca imprime, podemos citar:
- Elevada produtividade;
- Não causam vibrações;
- Não causam ruídos durante a execução;
- Execução monitorada eletronicamente;
- Não causam danos em fundações vizinhas, já que não causam grandes descompressões no terreno;
- Não produzem material de descarte, sendo assim, não necessita da presença de máquinas, como pá carregadeira, para a retirada de terra;
- Teoricamente mobilizam mais carga lateral e de ponta que a Hélice Contínua, logo numa comparação entre as duas, podem ser mais curtas que a primeira para uma mesma carga e diâmetro;
- O problema de perda de capacidade de carga em areias submersas, causado pela retirada de solo verificado em Estacas Hélice Contínua, é bem menor para esta estaca;
- O arrasamento do concreto pode ser realizada na cota prevista de projeto, e não na cota de terreno, como para a Hélice Contínua;
- Concreto injetado sob pressão garante uma melhor aderência no contato estaca-solo.
E como desvantagens, podemos citar:
- Dificuldade na instalação de armaduras mais profundas, quando são instaladas após a concretagem;
- Necessita de máquinas com elevado torque, dificultando ou impedindo sua execução em solos resistentes e para grandes diâmetros;
- NSua qualidade na execução está sujeita à sensibilidade e experiência do operador da perfuratriz de execução da ômega;
- Dificuldade de controle da qualidade do concreto como em todas as estacas moldadas in loco e de obtenção de um concreto de boa qualidade;
- Dependência de fornecimento de concreto da concreteira, o que muitas vezes pode levar a uma interrupção da concretagem por atraso no fornecimento, ou o fornecimento de concreto de má qualidade;
Antunes e Cabral, em 1996 propuseram um método de previsão da capacidade de carga, utilizando dados de NSPT, com base em informações obtidas em nove provas de carga. A carga de ruptura total é obtida através das parcelas:
- Carga de atrito lateral na ruptura
- Fórmula:
Alr = ?.?.?(NZ).B1.?Z (A.8)
- Onde:
- ? = diâmetro da estaca (cm)
- ?Z = comprimento da estaca embutida na camada (cm)
- NZ = número de golpes de SPT
- B1 = coeficiente de atrito lateral
- Carga de ponta na ruptura
- Fórmula:
Qpr = Np.Ap.B2
- Onde:
- Np = número de golpes do SPT na ponta da estaca
- Ap = área da ponta da estaca (cm²)
- B2 = coeficiente de carga de ponta
- Observação: Np × B2 ≤ 40 kgf/cm²
O método de Bustamante e Gianeselli, de 1998, foi formulado com base em resultados de ensaios de CPT, SPT e pressiômetro de Ménard:
- Carga de ruptura na ponta
- Fórmula:
Qpr = Ap.KBG.?BG
- Onde:
- KBG = coeficiente adimensional, depende do ensaio de campo executado, e pode ser particularizado em Kp (Pressiômetro de Ménard), Kc (CPT), KN (SPT)
- Ap = área da ponta da estaca
- ?BG = valor da resistência do solo na região da ponta da estaca que pode ser tomado igual ao p1 do pressiômetro de Ménard; ou qc do CPT; ou ainda igual a N do SPT. Estes parâmetros são transformados em valores correspondentes devido à maneira da sua obtenção.
- Carga de atrito lateral na ruptura
- Fórmula:
Alr = fs * Al
- Onde:
- Al = área lateral da estaca
- fs = atrito lateral, depende do tipo de estaca e do solo
Recomendamos que sempre, ao necessitar executar uma estaca ou um projeto de fundações, consulte um Engenheiro Civil especializado em Geotecnia e execute em primeiro lugar uma sondagem para conhecimento das camadas e resistência do solo.
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